Faz hoje 12 anos que desapareceu um dos génios da música pop. A 26 de Abril de 1999, um Adrian Borland perturbado, a contas com mais uma depressão, entra na estação de Wimbledon e atira-se para debaixo de um comboio. Morreu assim de uma forma bastante trágica trágica o mentor de projectos como The Outsiders, Second Layer, Honolulu Mountain Daffodils, White Rose Transmission, ou os memoráveis The Sound.
A biografia do Adrian Be (como carinhosamente era tratado por Mark Burgess, dos Chameleons, que lhe dedicou esta música) é muito vasta, e seriam necessários muitos posts para dar conta de todos os projectos onde esteve envolvido, quer como músico, quer como produtor. Assim, vamos cingir-nos à sua carreira a solo.
E esta começa precisamente pouco tempo depois da extinção dos The Sound. O Adrian reúne-se então em 1989 aos Citizens, que engloba notáveis como o Colvin Meyers (The Sound), Anthony Thistlethwaite, Nick Robbins e John Metcalfe (Goodbye Mr. Mackenzie) e lança um primeiro álbum, Alexandria, que não fica atrás em termos de qualidade do que fez com a anterior banda. Aliás, este álbum é a sequência lógica ao derradeiro álbum dos Sound, Thunder up. Nessa altura é também lançado um single, Beneath the big wheel, que atinge agora preços astronómicos nos sites de leilões.
O tema Rogue beauty, um dos mais belos do álbum, aparece também em variadas compilações, trazendo algum reconhecimento ao Adrian.
1995 é mais um ano grande para o Adrian, não só porque lança mais um excelente álbum, Cinematic, mas também porque inicia a sua colaboração com o Carlo Van Putten (Convent) e o Mark Burgess (The Chameleons) no projecto White Rose Transmission.
Do álbum fazem parte algumas das melhores composições do Adrian. Bright white light e Neon and stone destacam-se das demais. É também nesse ano que sai mais uma compilação, Cinematic overview, que incluí temas não só da carreira a solo do Adrian, mas também das suas bandas anteriores. Para quem não conhece a obra deste senhor, é uma boa maneira de se iniciar, embora este seja mais um dos items que pela sua raridade, atinge somas astronómicas no Ebay.
A partir daqui o Adrian passa por mais alguns períodos bastante tumultuosos, cumninando com inúmeras depressões, e que mais tarde levariam ao seu suícidio. Mesmo assim, ainda antes da sua morte, é lançado mais um álbum a solo, 5:00 AM e um pouco inspirado single, Over the under. Apesar da doença do Adrian já se fazer sentir, ele ainda é capaz de lançar temas brilhantes como Stray bullets ou Baby moon.
Para Maio de 1999 estava planeado um concerto dos White Rose Transmission. No entanto o mesmo nunca chegou a contar com a participação do Adrian. Ainda que abalados com a morte do amigo, Carlo van Putten e o Mark Burgess resolveram á mesma avançar com o concerto que deu origem a um bootleg, que constituí hoje em dia a maior raridade relacionada com o Adrian (Presence é o nome do disco). O concerto (e o cd) termina com uma versão muito emotiva do hino dos The Sound, Winning, cantando apenas duma forma muito sentida pelo Carlo.
Após a sua morte são lançados mais 3 cd's com demos e versões inacabadas de composições nas quais o Adrian estava a trabalhar. Um dos álbuns, The last days of the rain machine, incluí o tema Dead guitars, que mais tarde deu origem ao nome de mais uma banda do Carlo van Putten.
Incluí ainda aquela, que na minha opinião, é o melhor tema do Adrian, Walking in the opposite direction, mais tarde recuperado num tema mais polido, num dos álbuns dos White Rose Transmission.
Discografia a solo:
Alexandria (1989)
Beneath the big wheel (1989)
Brittle heaven (1992)
All the words (1992)
Beautiful ammunition (1994)
Cinematic (1995)
Cinematic overview (1995)
5:00 AM (1997)
Over the under (1997)
The last days of the rain machine (2000)
Harmony & destruction (2002)
The Amsterdam tapes (2006)
Pois é André, que dizer de uma mente profícua como a de Adrian, respirava inteligência, inspiração, devoção e tudo o que de melhor podia nos dar, mas infelizmente correu muito malna fase final, sabes faz-me um pouco lembrar também o Billy Mackenzie, quando não se esperava, ficámos sem eles.
ResponderEliminarO Obrigado a Borland e a ti claro.
Abraço.
Sim, o Billy também foi uma grande perda. Os melhores vão desaparecendo... E o Kirk Brandon também não está nada bem... :(
ResponderEliminarAbraço
Podes crer, como está ele? e a Poly styrene, já foi hoje, uma pena, mas é a vida.
ResponderEliminarAbraço.
Excelente post!
ResponderEliminarObrigado.
Uma perda irreparável, valha-nos a extensa discografia que nos deixou para nos podermos deleitar.
ResponderEliminarGostei muito do post!
thanx;)
Bjs
Luis, o Kirk saiu hoje do hospital. Vamos ver se o coração recupera de forma a que possa voltar ao activo. Ainda não perdi a esperança de ver Theatre of Hhate / Spear of Destiny em Pportugal...
ResponderEliminarManuela e Caeiro: obrigado :)
Obrigado André pelo teu "trabalho".
ResponderEliminarMais uma bela "posta"!
André, sempre que venho cá acabo por ficar a ouvir a última música (em modo repeat) e acabo sempre por não escrever nada... desta vez controlei-me, por um minuto, de modo a conseguir escrever isto... Ah! Obrigada :) Agora vou ouvir a música outra vez e outra vez...
ResponderEliminareheh, é bom sinal... :)
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