domingo, agosto 08, 2010

PETER MURPHY-EVORA-2010/07/30

Finalmente o post reservado ao concerto de Peter Murphy, dia 30 de Julho em Évora, este texto é escrito em parceria com a Manuela, que contribui também com as as suas palavras para a elaboração do mesmo.

Assim sendo, a noite começou morna e branda com os Platinum Abba, banda britânica que presta tributo ao grupo sueco, mercê de uma reconstrução fiel ao guarda roupa, das coreografias, dos cenários e claro da música. A lotação no parque por esta altura era pouca.



Em tons punk, entra em palco CJ Ramone, o baixista que substitui Dee Dee até a banda ser dado como extinta, resumindo puro punk, sempre a abrasar e recordando alguns bons velhos temas dos Ramones.



Peter Murphy entra, assim, em palco eram já 24 horas do dia 30, para um concerto que se prolongaria para perto de 2 horas de muito boa música, 2 encores que encheram as medidas de quem ouvia, sendo talvez "Strange Kind of Love, um dos momentos mais mágicos do concerto, servido em guitarra acústica, claro.



Mas vamos a mais detalhes, o inícío como vem sendo hábito abre com "Low Room", tema forte e energético, sempre com intenção de agarrar as hostes. O som sofria algumas deficiências, nesta parte inicial, onde a lotação rondaria as 3 mil e tal pessoas, penso que não mais. Avançou então Murphy, para a 1ª cover da noite, o velho "Raw Power" dos Stooges, prestando a velha homenagem a Iggy Pop. Continou com "Velocity Bird" um dos temas novos a ser incluído no novo trabalho, com lançamento até final do ano, tema que ao vivo carece de cor, vamos assim aguardar pela versão estúdio, para ver até onde pode ir. Avançamos para o 4 º tema com "Disappearing", outro tema forte, antecedendo o 1º tema Bauhaus e o que gostei mais, o brilhante "Silent Hedges", raramente tocado ao vivo e talvez um dos melhores temas Bauhaus, intenso e de arrepiar. O 1º momento grande da noite, continou com "Subway", um tema bonito e frágil , seguindo-se "I ll Fall With your Knife", outro tema simpático e entoado por todos, com uns novos sons orientais pelo meio, proferidos por Murphy, lindo. Depois "Deep Ocean", um clássico do álbum "Deep", e mais um novo tema "Prince", antecedendo um período de vários temas Bauhaus, registos elaborados de forma soberba e levando ao rubro a plateia, "Kick in the Eye", sublime, "Stigmata Martir" fortíssímo, "Dark Entries" possessivo, terminando com "21 Century" do último trabalho. Quase a finalizar o concerto seguiu-se "Uneven", um novo tema e a 2ª cover da noite "Space Oddity" de Bowie, com a particularidade de todos tocarem o tema deitados no palco.



Seguiu-se então o 1º encore com a plateia a pedir e muito, mais P.M. Assim foi um dos momentos mais in da noite, o íntímo "Strange Kind of Love" versão acústica e um tema que envolve a plateia de ânimo para o louco "Cuts you Up" a levar a um dos momentos mais fortes, tal como o que seguiu com mais 3 temas Bauhaus. Apesar de dois deles serem covers, o acelarado "Telegram Sam" de Bolan, o estético "Ziggy" de Bowie e o soberbo "Wanted" . A finalizar este encore e quase a entrar no 2º, com 3 temas enunciados, mas apenas a serem tocados dois, a noite ia longa, mas todos queríamos mais, o tema preterido foi assim "...Parties" dos Bauhaus, avançando com "Hurts" uma homenagem a Trent Raznor dos Nine Inch Nais e terminado o concerto com o empolgante e sentido " Transmission" da Joy Division, deixando todo o pessoal louco.



Resumindo foi Peter Murphy, um performer de eleição, revelando 30 anos ao serviço da música, demostrou assim ser rei e senhor dos palcos. Ele é o actor principal do glamour e da interpretação teatral que vai dedicando a cada tema.

Murphy, não se limita a cantar, ele vive cada música e faz com que o público viva com a mesma intensidade, tal como o "Vinho do Porto" aplicando-se perfeitamente essa expressão à sua personalidade e carisma.



Eram praticamente duas da manhã, as condições sonoras não foram perfeitas, mas mesmo assim, todos aplaudimos e cantámos ao som de um dos líder mais carismáticos de uma das bandas mais marcantes de sempre.



No final ficou o Alvim, com serviço de Dj, mas para uma meia dúzia de resistentes, apesar de ter começado bem com o mágico "Love Will..." da Joy Division, estava tudo visto e ouvido e como se diz por cá a noite soube a tanto, portanto...soube a tão pouco.


10 comentários:

  1. Bem, pelo alinhamento deve ter sido mágico...

    ResponderEliminar
  2. Foram duas horas de pura magia, mesmo. Adorei! Se o espaço fosse outro, seria com certeza melhor, mas era primeira vez que o estava a ver e para mim só soube a pouco.Fiquei ali estarrecida a olhar para ele.E olhem que não é caso para menos. Só lamento não ter levado a minha máquina fotográfica. Esta vai ficar-me atravessada para sempre.

    Manuela

    ResponderEliminar
  3. Pois foi realmente bom, os meus videos foram para o galheiro, a imagem mais ou menos, mas o som péssimo e acho que foi o concerto Peter Murphy, qua mais temas Bauhaus, tocou, penso que nem em 88 ele tocou tantos temas Bauhaus e aquele "Silent Hedges" ainda arrepia.

    ResponderEliminar
  4. Finalmente a review do concerto! Pelos temas deve ter sido mesmo muito bom e para encerrar... o Transmission? Argh, que isso não se faz ;)

    ResponderEliminar
  5. Olha (H), perdeste possivelmente o concerto de P.M, onde mais temas Bauhaus, tocou!!!!

    ResponderEliminar
  6. Grande concerto, tambem lá estive :))
    Para lá dos Cure, a minha banda de sempre, o Peter Murphy é o artista que mais vezes vi ao vivo, 6 ao todo. E digo-vos, melhor q este só o concerto de 1988, no Restelo, por altura do Love Hysteria :)
    Optima review!
    filipe

    ResponderEliminar
  7. O homem é um Senhor!
    Surpreendeu-me, até porque ando fora das setlists, ainda tocar bastantes músicas dos Bauhaus, paradoxalmente mais do que há 22 anos...

    Que tenha valido (e valeu de certeza) a pena para vocês que conseguiram ir!

    Parabéns aos dois (Luis e Manuela) pela excelente crónica!

    ResponderEliminar
  8. Obrigado, Pedro, realmente surpreendeu o set ter tido tantos temas Bauhaus, mas valeu a pena, tirando alguns problemas pontuais de som, foi, mesmo bom.

    ResponderEliminar
  9. Obrigado Filipe pelo comentário, aparece sempre.Esse do Restelo foi mesmo bom, ainda me recordo do final com o "purple Rain" do Prince.

    ResponderEliminar

Seguidores