sexta-feira, junho 04, 2010

The Men They Couldn’t Hang



The Men They Couldn’t Hang - 5 de Setembro de 2009 - Amora.Seixal

Quem se deslocou à Atalaia nessa tarde de Sábado teve oportunidade de assistir a mais um excelente concerto do The Men They Couldn’t Hang em Portugal, quase 10 anos depois de terem estado no Porto.

Por volta das 19 horas a banda foi apresentada no Palco 25 de Abril, como sendo de origem irlandesa (????), facto que até motivou um gracejo do Cush no início do concerto. E o concerto iniciou-se precisamente com o tema título do novo álbum, Devil on the wind. Nota-se que a sononoridade está mais rock e pesada, a fazer lembrar uns New Model Army, mas as bases que tornaram os TMTCH como uma das referências da música folk estão lá todas.

De seguida tocaram Ghosts of cable street, música retirada do 2º álbum, How green is the valley, e um dos hinos dos TMTCH. Tema altamente politizado, a retratar a revolta dos mineiros em Inglaterra, e que se enquadrou perfeitamente no espírito da festa. Por esta altura, já a grande maioria do público estava influenciado pela energia que vinha do palco, e fazia do relvado uma verdadeira pista de dança e de saltos.

Avançou-se então para o álbum Waiting for Bonaparte de 1988, com o tema Bounty hunters, recuperando depois novamente o 2º álbum com Wishing well. A banda e público estavam completamente rendidos ao ambiente festivo e apesar destes temas não serem considerados como clássicos, o ambiente de boa disposição mantinha-se.

Tempo então para dar a conhecer novamente o novo álbum, desta vez com Beast Of Brechfa, muito provavelmente a música que será escolhida como próximo single. Pelo que me foi dado a ouvir, depois dos semi-falhados Domino Club e Six pack, este novo álbum tem tudo para ser o verdadeiro sucessor de Silvertown, magnífico álbum de 1989.

Shirt of blue, single de 1986, é mais um daqueles temas que não podem faltar nos concertos dos TMTCH. Não faltou e foi mesmo um dos pontos altos da noite, com uma versão mais acelerada e dançável, mas nem por isso menos brilhante.

Tal como no concerto do Porto de há quase 10 anos, e excepção aos 2 temas do novo álbum, a actuação centrou-se nos primeiros discos da banda, daí que foi sem surpresa que tenham sido recuperados mais 2 clássicos, Smugglers, de 1988 e o intimista The green fields of France, música que lançou os TMTCH para a ribalta em 1984, e considerado muito justamente como um dos seu hinos.

Deu-se então a surpresa da noite, com a cover Bank robber dos The Clash. Não foi de estranhar que os próprios TMTCH tivessem pedido ao público para os acompanhar nesta música, e que o público respondesse positivamente cantando o refrão. Pelo meio ainda deu para apresentar um a um os elementos da banda e a sua origem (curiosamente de Inglaterra, Gales, Escócia, mas não da Irlanda).

Notava-se que o concerto já estava a caminhar para o seu final, mas ainda deu tempo para tocar o Colours, terceira música a ser recuperada do álbum Waiting for Bonaparte, e o inevitável Ironmasters, ponto mais alto de um excelente concerto, com toda a gente, independentemente da idade (ao meu lado estava um velhote e o neto) a saltarem ao som do punk folk dos TMTCH.

Enfim, foram 50 minutos de pura adrenalina, com um concerto recheado de clássicos e a arrebatarem completamente um público desconhecedor, mas com apetência para este tipo de sonoridade. Apenas tenho pena que tenham deixado de fora temas do Silvertown, ou não acabarem com o habitual A night to remember, mas o tempo não dava para tudo…











Texto: André Leão
Fotos: António Caeiro

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