Ataraxia é um grupo italiano de artistas nascido em Palermo, formado em 1985 que cria e explora música, poesia, teatro e fotografia e que tem dedicado a sua vida à arte. O quarteto é formado por Vittorio Vandelli nos sintetizadores, guitarra medieval e vocais, Giovanni Pagliari nos teclados e vocais, Riccardo Spaggiari na percusão e Francesca Nicoli, fundadora da banda, na flauta, vocais e címbalo.
Criaram uma música com uma atmosfera altamente poética e espiritual que agrega diversos estilos desde Neoclassical, Ethereal ao Dark Folk, sempre em busca de novas sonoridades. Nasceram sob a influência da cultura mediterrânea, céltica e oriental, gostam de abordar a mitologia grega e latina, de misturar o sagrado e o profano e têm como preocupação a transmissão da cultura oral através dos nossos dias.
Consta que começaram por se tornar conhecidos através de uma cópia de uma cassete que se foi multiplicando de Itália pelo mundo fora. Tendo aos poucos essas cassetes dado lugar a álbuns, trazendo notoriedade à banda e transformando-a numa das maiores referências da música gótica medieval em todo o mundo.
Ataraxia conta com uma extensa discografia, possui cerca de vinte álbuns originais editados. Simphonia Sine Nomine foi o seu primeiro álbum editado em 1994.
É de referir que em 1998 Ataraxia editou Os Cavaleiros do Templo (Live in Portugal MCMXCVIII), um registo gravado em Lisboa e produzido pela Simbiose em Portugal. Foi feita uma edição restrita de mil exemplares, numa caixa especial com um cd e um VHS, tornando-se assim numa rara peça de coleccionador. Segundo os próprios “foi uma espécie de tributo à vossa herança arquitectónica e aquele silêncio que nós sentimos tão próximo, da nossa atitude contemplativa.”, “Em algumas das nossas músicas tentamos descrever esta plenitude pacífica, a nobre simplicidade de algumas das catedrais, os castelos e velhos caminhos que visitamos”
Mais tarde foi editado, também com selo português, Equilibrium Music Portugal, um cdpack duplo, La Via Verso Il Cielo com uma banda também italiana "Autunna Et Sa Rose".
Ataraxia manifesta uma predilecção especial por Portugal, onde têm vindo com regularidade. Pela forma como falam, demonstram bem a sua enorme paixão por este país.“Nós visitamos Portugal várias vezes, tanto por causa da banda, como por opção pessoal. As primeiras palavras que me vêm à cabeça são “silêncio”, “paz” e solidão”. Nós ficamos completamente absortos pela beleza dos sítios históricos que tivemos oportunidade de visitar e sentimo-nos profundamente em contacto com a atmosfera solene e espiritual, que sentimos em alguns jardins, onde a pedra antiga se misturava harmoniosamente com a vegetação. Achamos também que através do seu som fluido e sensual, a língua portuguesa expressa a alma do lugar onde nasceu e se formou. É uma língua que possui o encanto da calma, feita de tempos meditativos, trás até nós rios de memórias, e cheira como um jardim de sons.”
Três anos após Kremasta Nera, o italiano ethereal folk de Ataraxia regressa com um novo álbum, Llyr. O título do àlbum refere-se a um instrumento musical de cordas conhecido pela sua utilização na antiguidade clássica, visualmente inspirado nos cisnes. Tendo como base a lírica poética grega, Liyr é inspirado na cultura pagã, tradições celtas e na mãe natureza. Llir transporta-nos numa viagem fantástica por terras do mediterrâneo até à India. As vozes femininas são acompanhadas por vezes por vozes masculinas. Mas o que sem dúvida temos a realçar é a voz da carismática Francesca Nicoli que criou um estilo tão próprio e inconfundível.
"Scarborough Fair", uma canção tradicional inglesa, mais conhecida pela versão de Simon e Garfunkel, encontra-se aqui num delicioso registo. "Borrea" é um dos meus temas preferidos, um poema sussurrado que nos faz transpor para um lugar imaginário, com o mar ao fundo. Bem como Lyr, tema homónimo do álbum, a lembrar a música barroca e medieval, tanto do meu agrado.
Resta-nos aguardar pelo momento mágico da performance de Ataraxia no enquadramento histórico e arquitectónico do Castelo de Leiria, lugar mais apropriado não deve haver. Tudo leva a crer que será uma experiência absolutamente ímpar, a não perder.
Deixo-vos aqui uma entrevista dos Ataraxia, na íntegra, que espelha bem a essência da banda e tudo aquilo que a inspira.
Informações:
MySpace
Site da banda
Criaram uma música com uma atmosfera altamente poética e espiritual que agrega diversos estilos desde Neoclassical, Ethereal ao Dark Folk, sempre em busca de novas sonoridades. Nasceram sob a influência da cultura mediterrânea, céltica e oriental, gostam de abordar a mitologia grega e latina, de misturar o sagrado e o profano e têm como preocupação a transmissão da cultura oral através dos nossos dias.
Consta que começaram por se tornar conhecidos através de uma cópia de uma cassete que se foi multiplicando de Itália pelo mundo fora. Tendo aos poucos essas cassetes dado lugar a álbuns, trazendo notoriedade à banda e transformando-a numa das maiores referências da música gótica medieval em todo o mundo.
Ataraxia conta com uma extensa discografia, possui cerca de vinte álbuns originais editados. Simphonia Sine Nomine foi o seu primeiro álbum editado em 1994.
É de referir que em 1998 Ataraxia editou Os Cavaleiros do Templo (Live in Portugal MCMXCVIII), um registo gravado em Lisboa e produzido pela Simbiose em Portugal. Foi feita uma edição restrita de mil exemplares, numa caixa especial com um cd e um VHS, tornando-se assim numa rara peça de coleccionador. Segundo os próprios “foi uma espécie de tributo à vossa herança arquitectónica e aquele silêncio que nós sentimos tão próximo, da nossa atitude contemplativa.”, “Em algumas das nossas músicas tentamos descrever esta plenitude pacífica, a nobre simplicidade de algumas das catedrais, os castelos e velhos caminhos que visitamos”
Mais tarde foi editado, também com selo português, Equilibrium Music Portugal, um cdpack duplo, La Via Verso Il Cielo com uma banda também italiana "Autunna Et Sa Rose".
Ataraxia manifesta uma predilecção especial por Portugal, onde têm vindo com regularidade. Pela forma como falam, demonstram bem a sua enorme paixão por este país.“Nós visitamos Portugal várias vezes, tanto por causa da banda, como por opção pessoal. As primeiras palavras que me vêm à cabeça são “silêncio”, “paz” e solidão”. Nós ficamos completamente absortos pela beleza dos sítios históricos que tivemos oportunidade de visitar e sentimo-nos profundamente em contacto com a atmosfera solene e espiritual, que sentimos em alguns jardins, onde a pedra antiga se misturava harmoniosamente com a vegetação. Achamos também que através do seu som fluido e sensual, a língua portuguesa expressa a alma do lugar onde nasceu e se formou. É uma língua que possui o encanto da calma, feita de tempos meditativos, trás até nós rios de memórias, e cheira como um jardim de sons.”
Três anos após Kremasta Nera, o italiano ethereal folk de Ataraxia regressa com um novo álbum, Llyr. O título do àlbum refere-se a um instrumento musical de cordas conhecido pela sua utilização na antiguidade clássica, visualmente inspirado nos cisnes. Tendo como base a lírica poética grega, Liyr é inspirado na cultura pagã, tradições celtas e na mãe natureza. Llir transporta-nos numa viagem fantástica por terras do mediterrâneo até à India. As vozes femininas são acompanhadas por vezes por vozes masculinas. Mas o que sem dúvida temos a realçar é a voz da carismática Francesca Nicoli que criou um estilo tão próprio e inconfundível.
"Scarborough Fair", uma canção tradicional inglesa, mais conhecida pela versão de Simon e Garfunkel, encontra-se aqui num delicioso registo. "Borrea" é um dos meus temas preferidos, um poema sussurrado que nos faz transpor para um lugar imaginário, com o mar ao fundo. Bem como Lyr, tema homónimo do álbum, a lembrar a música barroca e medieval, tanto do meu agrado.
Resta-nos aguardar pelo momento mágico da performance de Ataraxia no enquadramento histórico e arquitectónico do Castelo de Leiria, lugar mais apropriado não deve haver. Tudo leva a crer que será uma experiência absolutamente ímpar, a não perder.
Deixo-vos aqui uma entrevista dos Ataraxia, na íntegra, que espelha bem a essência da banda e tudo aquilo que a inspira.
Informações:
MySpace
Site da banda
Gostei do post, muito bem Manuela, agora vamos aguardar pela review do espectáculo!
ResponderEliminarTenho quer o VHS do Cavaleiros do Templo, quer a nova versão em DVD. O engraçado (ou talvez não), é que nota-se claramente que a versão em DVD foi copiada de uma VHS. Tem aquelas linhas azuis típicas de quando se fazia uma cópia de uma k7 de VHS para outra. Estranho, no mínimo, pois podiam ter feito uma cópia dos masters, que julgo estarem em poder deles...
ResponderEliminarQuanto ao concerto, lá estarei para os ver pela 4ª ou 5ª vez... Sempre grandes concertos...