quarta-feira, julho 21, 2010

Bauhaus


O surgimento da banda Bauhaus ocorreu em 1978, na cidade de Northampton, Inglaterra. Os irmãos Kevin Haskins (baterista) e David Jay (baixista e vocalista) pretendiam fazer uma banda com uma sonoridade próxima do punk-rock. Tinham tocado numa banda The Submerged Teeth, mas queriam explorar outras áreas. Juntaram-se a eles Daniel Ash (guitarra, Saxofone, teclado), e Dave Exton, formaram The Craze. A formação ficou completa com a entrada para vocalista de Peter Murphy, um amigo de Daniel Ash, o qual não tinha nenhuma experiência anterior, mas dançava bem, era parecido com Bowie e era uma figura bem carismática.

A dupla Daniel Ash e Peter Murphy deu início às composições. Ao mesmo tempo, os convites incentivavam os rapazes e já com Chris Barber no lugar de David Haskins. Pouco tempo depois, David voltou a ocupar o seu lugar e Chris deixou a banda. Então o nome também foi alterado para Bauhaus 1919. Esta era uma referência à Escola de Arquitectura e Desenho Industrial da Alemanha inaugurada em 1919, e fechada pelos nazistas em 1933. Logo depois, passaram a se chamar Bauhaus. Relativamente ao nome, era uma proposta de vanguarda, em que o expressionismo e outros movimento estéticos também de vanguarda como o dadaísmo e o surrealismo se traduziam nas apresentações, composições e visual da banda. Bela Lugosi’s foi o seu primeiro single, após um ano de carreira. Uma referência à morte do actor Bela Lugosi em 1956. Famoso por interpretar o vampiro Drácula e outros papéis como o de cientista louco em filmes B de terror nos anos 30. A capa do single trazia o cartaz publicitário do filme, e na contracapa foi colocada uma cena de O Gabinete do Doutor Caligari, de 1919. O que contribuiu para que fossem rotulados de góticos. A música, que se tornou talvez a mais conhecida do grupo, virou um verdadeiro clássico, o mais estranho ainda é se levarmos em consideração se tratar de uma composição com mais de nove minutos de duração, portanto proibitiva de ser tocar em rádios. Entretanto, o próprio grupo ressentiu-se com o rótulo de góticos, afinal “Bela Lugosi's Dead” era acima de tudo uma brincadeira com a possibilidade de Bela Lugosi ressucitar do caixão como o vampiro dos filmes. Aliás, a maioria das bandas de estética e proposta similares não se viam como góticas e nem aceitavam esse rótulo, a exemplo do The Cure e Siouxsie and the Banshees. Em palco aliado ao som, o visual da banda era uma coisa única, luzes brancas davam um visual transcedental (mais uma influência do expressionismo) à figura esguia de Peter Murphy.

Em 1980 a banda lançou três singles: Dark Entries, Telegram Sam e Terror Couple Kill Colonel, pela Axis Records. Em Setembro realizaram a primeira apresentação nos Estados Unidos. O primeiro álbum não tardou. O disco In The Flat Field foi um marco decisivo na carreira. Os temas diversificados das músicas incluíam a crucificação de Cristo, como na faixa Stigmata Martyr que conta com citações em latim.

No ano de 1981 Bauhaus mudou de gravadora. A Beggars Baquet contava com uma estrutura de divulgação mais forte e a banda lançou dois singles: Kick in the Eye e Passion of Lover. Logo após o segundo álbum da carreira, denominado Mask. Neste disco, a música de destaque é Of Lillies and Remains, que conta com uma atmosfera surreal. Neste momento ficou evidente o amadurecimento musical dos rapazes ingleses. A popularidade era tanta que no ano seguinte, foram convidados a compor a trilha sonora do filme The Hunger (Fome de Viver), e actuaram ao lado de David Bowie, Catherine Deneuve e Susan Sarandon. Seguem mais dois singles que fortalecem a discografia: Searching for Satori e Spirit.

O primeiro disco ao vivo foi gravado em Londres e chamava-se Press the Eject and Give Me that Tape. O single que trazia a faixa Ziggy Stardust, de David Bowie, confirmou a ascensão que o Bauhaus conseguia a cada lançamento. Ainda em 1982 foi lançado o disco The sky's gone out.

No início de 1983, foi realizada uma turnê pela França, Grécia, Israel e Japão. Mais dois singles foram lançados: Lagartja Nick e She's in Parties. Alguns meses depois, o Bauhaus editaram o álbum Burning from the inside e o fim da banda foi anunciado. David Ash e os irmãos Kevin e David J. Haskins formaram sucessivamente The Love & Rockets, Tones on Tail e Sinister Ducks, grupos com uma proposta mais electrônica. O vocalista Peter Murphy seguiu carreira solo. Logo após, a gravadora lançou uma colectânea intitulada Bauhaus The Singles 1981-1983.

Em 1997 os ex-integrantes reuniram-se e realizaram o disco Live in Studio, para comemorar os vinte anos de Bauhaus. No ano seguinte foi realizada a turnê Ressurrection Tour, que rendeu o disco Crackle. No mesmo ano ainda surgiu mais uma colectânea chamada Gotham. Em 2008 os Bauhaus lançaram um novo álbum de estúdio, Go Away White, que garantiram ser marco final da banda. Entre singles e álbuns, a discografia do Bauhaus contém mais de vinte trabalhos. Porém, os cinco discos lançados quando a banda ainda estava activa, somados aos três lançados em seu breve retorno nos anos 90, mais o último álbum com que culminaram, compõem a base da carreira do Bauhaus.

Discografia
Bela Lugosi's Dead (single, 1979)
Terror Couple Kill Colonel (single, 1980)
In the Flat Field (1980)
Kick In the Eye (single, 1981)
Passion of Lover (single, 1981)
Mask (1981)
Searching for Satory (single, 1982)
Spirit (single, 1982)
Ziggy Stardust (single, 1982)
Press the eject and give me the tape (1982)
The Sky's Gone Out (1982)
Lagartija's Nick (single, 1983)
She's In Parties (single, 1983)
Burning from the Inside (1983)
Singles: 1981-1983 (1985)
1979 - 1983 volume 1(1986)
1979 - 1983 Volume 2 (1986)
1979-1983 (1986)
Swinging the Heartache: The BBC Sessions (1989)
Rest in Peace: The Final Concert (1992)
Live In Studio (1997)
Beneath the Mask (1997)
Crackle (1998)
Gotham (1999)
Go Away White (2008)





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7 comentários:

  1. Muito mais se poderia dizer e teriam que se fazer dezenas de posts para elucidar muita coisa, mas isso é assunto para a eternidade!, fiquemos agora por aqui, Obrigado Manuela é sempre bom recordar um dos melhores projectos de toda a história musical e claro com as contovérsias dos costume e ainda bem,...Manuela, faltaram aí os Tones and Tail, mas tudo bem!

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  2. Obrigada Luís. Já corrigi!Eu sabia que me ia faltar qualquer coisa de importante:) Muito mais haveria para dizer, isto é apenas um resumo.

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  3. Excelente trabalho Manuela. É uma banda de eleição...

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  4. Uma Grande banda num excelente trabalho. Mt. bem Manuela.

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  5. Adoro Manuela, muito, muito, muito! Fui ver ao pavilhão atlântico, já não sei bem em que ano, e foi fantástico. Sou uma fã do Peter Murphy, já tinha visto concertos a solo, mas ver os bauhaus é inexplicável :)
    Obrigada pela partilha!
    kiss

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  6. 1998 no Pavilhão Atlântico. mas que grande concerto... E vi-os depois no Porto, salvo erro em 2004...

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  7. Olá Tulipa, bem-vinda!:)Que inveja, vocês são uns sortudos, ainda viram os Bauhaus...Mas o Peter Murphy desta vez não me escapa!

    Beijinho

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