segunda-feira, junho 07, 2010

Álbuns da minha vida: Westworld
















Os Theatre of Hate nasceram em 1980 na ressaca do punk. Os seus membros vinham de bandas já com algum reconhecimento no circuito ao vivo (alternativo) inglês, nomeadamente The Pack, The Straps e Crisis, e apesar do projecto ter uma curta duração (nesta sua 1ª fase), e apenas lançarem um álbum de originais, grangeou-lhes desde logo o reconhecimento de um público ávido da "next big thing". O facto de terem partilhado o palco com bandas como os Southern Death Cult, Birthday Party ou Killing Joke também abonou a seu favor.

Em 1982, e depois de uma série de singles de sucesso, lançam finalmente o 1º álbum. A formação era constituída na altura por Kirk Brandon (Spear of Destiny), Stan Stammers (Crazy Pink Revolvers), John Boy Lennard, Nigel Preston (The Cult) e Billy Duffy (The Cult). Tinham ainda a colaboração nas guitarras do Mick Jones (The Clash), que também produziu o álbum. E que álbum...

A faixa inicial deu logo o mote: Do you believe in the Westworld. Um dos hinos independentes da primeira metade dos anos 80, e que por cá também deu entrada no top do saudoso programa Som da Frente. Esta faixa chegou mesmo às charts inglesas e permitiu-lhes aparecer no Top of the Pops.

Judgement Hymn é uma faixa negra, negra, tal como o resto do álbum. Mistura o cinzentismo do início dos anos 80, com umas pinceladas soul, que tomaram forma mais tarde nos primeiros álbuns dos Spear of Destiny.

Segue-se 63, muito na linha das primeiras composições da banda (e também dos Pack). Batida rápida, vocais agrestes, a fazer lembrar muitas bandas punk que ainda existiam na altura.

A faixa seguinte foi uma das preferidas do Adrian Borland: Love is a ghost. Teve uma homenagem adequada através da música Love is not a ghost, no álbum Heads and Hearts, tal como o Adrian refere no prefácio desse disco. Deixando de parte a preferência insuspeita do vocalista dos Sound, esta é de facto uma das melhores músicas do álbum, não faltando nas actuações ao vivo da banda.

The Wake e Conquistador são mais 2 músicas que só por si poderiam dar origem a singles, tal o sucesso que obtiveram (e ainda hoje obtém) de cada vez que era tocado nos concertos. Muito na linha do Judgement Hymn, tipificavam na perfeição a sonoridade dark da banda.

As 2 faixas seguintes, Freaks e The new trail of tears serviram apenas para encher o alinhamento do disco. Não traziam nada de novo, embora não estivessem desenquadradas do resto do álbum.

Finalmente, para o fim ficaram as melhores faixas do álbum. Anniversary é talvez a faixa mais depressiva e irónica que o Kirk Brandon criou. Ao pé desta faixa, o All fall down dos Sound parece uma música de baile, passe a expressão. The Klan é o culminar de um grandioso álbum, fazendo sobressair o virtuosismo do Nigel Preston, com um solo de bateria memorável.

Enfim, um álbum 5 estrelas, e que fica bem em qualquer discografia que se preze.

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