Finalmente consegui arranjar um tempo para olhar com alguma profundidade para 2011 e fazer a escolha dos álbuns que mais me marcaram durante o ano. Não foi um ano muito profícuo em grandes álbuns, mas assinalam-se 3 ou 4 regressos em grande estilo.
O primeiro desses regressos aconteceu, logo no início do ano. No final de 2010 os Covenant lançaram um single, Lightbringer, que não me criou grande expectativa em relação ao álbum que iria sair poucos meses depois. Mas o facto é que o álbum, Modern Ruin, é simplesmente excelente. O melhor que fizeram desde o United States of Mind, e já lá vão 12 anos. À excepção do já referido Lightbringer, o álbum está recheado de grandes músicas, destacando-se The beauty and the grace, Worlds collide e The road.
Depois houve um hiato de uns bons meses sem que encontrasse discos que me entusiasmassem por ai além, embora os Project Pitchfork tenham lançado um álbum bastante engraçado, mas muito na linha do que tinham feito no ano anterior, daí não constar no meu top 5 de 2011.
Mas de repente surgem 4 grandes discos. O primeiro foi o do regresso dos Skinny Puppy, 4 anos após o Mythmaker. HanDover, nome do novo álbum, faz lembrar o saudoso Last Rights, para muitos considerado como o melhor álbum da banda. E na minha opinião não anda lá longe. Basta ouvir uma música como o Cullorblind, que imediatamente nos transporta para o final da década de 80 e início de 90, que corresponde ao melhor período da banda.
Também os Black Swan Lane, que têm mantido o registo de 1 álbum por ano desde 2009, voltaram aos discos em 2011. A novidade é que desta vez o Mark Burgess não participa no disco. Mas Staring down the path of sound é um conjunto de melodias, qual delas a mais melancólica, que não nos deixa indiferente. A começar logo na faixa de abertura, Fall, passando por Alvea e terminando em illuminate, este é um dos grandes momentos de 2011.
Já quase a terminar o ano surgem aqueles que para mim são os 2 melhores álbuns de 2011. Os VNV Nation lançaram em 2009 um álbum a dar para o fraquinho, isto para quem estava habituado para registos ao nível do Praise the fallen ou Empires. Mas Automatic é um álbum simplesmente estrondoso. Comercial, dançável, orelhudo, qualquer das músicas do alinhamento tinham condições para ser lançadas como singles, e no entanto com uma qualidade tremenda. E depois tem Nova, simplesmente a melhor música do ano.
Finalmente surge a grande surpresa do ano, os Haujobb com o álbum New World March. Daniel Myer, o mentor dos Haujobb, é o homem dos multi-ofícios. Nos últimos 4 anos passou por Portugal dando concertos com 2 das suas (muitas) bandas (Haujobb e Covenant), e pelo meio ainda actuou como DJ numa sessão no Metropolis, onde deu para ver todos os dotes e bom gosto do Daniel ao nível musical. New World March é um álbum denso, poderoso, que entranha até ao tutano e é o digno sucessor do Solutions for a small planets de 1996, a obra prima da banda.